terça-feira, 31 de julho de 2007

in the blue of the sky


By Berenice Kauffmann

quarta-feira, 25 de julho de 2007

crescente




À sua volta crescia o silêncio, doloroso silêncio, semelhante ao que se estende por cima do mar cuja misteriosa mansidão nos acorda, obrigando-nos a descobrir, subitamente, que a solidão é muito maior do que julgávamos.





Al Berto

segunda-feira, 23 de julho de 2007

boy racer



By David J. Nightingale

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Tree of Life


By Gustav Klimt

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Outono


By Joy Robin Owen

"O Cair das Folhas


O Outono cobre as longas folhas que nos amam
e os ratos escondidos nos feixes de cevada,
As húmidas e amarelas folhas do morangueiro silvestre

E, sobre nós, as folhas amarelas da sorveira.

Envolveu-nos a hora do declínio do nosso amor,
E agora as nossas almas estão cansadas, exaustas;
Separemo-nos, antes que se gaste o tempo da paixão,

Com um beijo e uma lágrima sobre a tua fronte inclinada.

William Butler Yeats

domingo, 15 de julho de 2007

ousarão os corpos?




By Geoffroy Demarquet


"diluído no esquecimento reconstrói-se o lugar
por onde regressámos ao tempo das manhãs felizes

a obra progride sob a cinza clara da noite
que fica entre nós fingimos não doer e partilhámos

nada sobreviverá depois do sono
e o mar essa revelação
já não traz a trémula alegria dos corpos
o sol parece um vidro sulcando
o rosto que as palavras tentam imitar

muito pouco sobejará dos repetidos gestos
talvez fique o consolo de ter apercebido uma lua
ou o rastro dum anjo escapando à loucura do sonho

lúcido e apaixonado
debruço-me para o papel onde a escrita se regenera
na chuva e nos ventos demorados como desgostos

e os corpos ousarão alguma vez permanecer vivos?
sossegados?"

In O Medo, Al Berto

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Vanessa da Mata e Ben Harper - Boa Sorte / Good Luck

Poema Pouco Original do Medo

O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no teto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos
O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles
Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados
Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)
O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
Sim a ratos

Alexandre O´Neil

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Sensações...

By Matthew Alan

Procura...

"Procura a maravilha.

Onde um beijo sabe
a barcos e bruma.

No brilho redondo
e jovem dos joelhos.

Na noite inclinada
de melancolia.

Procura.

Procura a maravilha."

Eugénio de Andrade

segunda-feira, 9 de julho de 2007

next to nothing


By Daniel Blaufuks

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Veludo

Dos gritos ela nada sabia. Pouco sentia, sempre vigilante, coberta de veludo carmim. Dos pés à cabeça. Brilho e mais brilho. Nuances de tecido e de baton. E vozes, muitas vozes na cabeça.
Dos gritos, que ouvia, ela nada sabia. As pernas carregadas de marcas negras. O ofício a toldar-lhe a razão que restava. No braço, pendurada, uma carteira dourada. Pequena, suficiente, repleta.

Dos seus gritos, que não ouvia, sabia pouco. Pouco de mais para os calar!


Filipa Rodrigues

Desafio de uma semana

se para a janela me conduzo
sem me impressionar com o vidro sujo
sem lamentar o pesar dos passos
sem resistir ao apelo do sol

se pela porta saio
ao teu encontro
depois do escuro chegar

se no dia em que pelas escadas rolar
a minha consciência
a minha força
o meu talento de te fazer rir
desaparecer

pouco me importa
pouco me importa o porquê…

Filipa Rodrigues

segunda-feira, 2 de julho de 2007

expressiveness


By Berenice Kauffmann

domingo, 1 de julho de 2007

Meditation

By Berenice Kauffmann