sexta-feira, 14 de setembro de 2007

De um para outro lado

se me deixares migro
de um lado para o outro lado do espelho
se me quiseres
inteira
comum
válida
transporto o mar dos meus olhos
para o vidro que te separa da minha forma frágil

entra-me pele dentro
o toque áspero da tua mão
de duração mínima

entra-me pele dentro
o ar vigilante com que me condenas
a um cárcere ínfimo

se me deixares fujo
para onde a minha imagem não possa ser aprisionada
se me quiseres
ausente
imortal
como memória
escondo o verde traiçoeiro que carrego
no azul tranquilo de outro elemento

1 comentário:

Anónimo disse...

Somos todos nós mesmo e o nosso inverso...