A agenda vermelha em cima da mesa, pronta para se dedicar a um extenso deambular de emoções. As calças sujas de tinta e ferrugem, depois de manusear o espeto de ferro que perfurou os frascos coloridos. As mãos trémulas, os pés frios, a cabeça a latejar sem destino e com aflição. Nas pernas a pressão e as nódoas negras da noite passada.
Seguia sem olhar para o traço, sem preparar a massa, sem orientar as ideias. Uma longa e desajeitada dança em torno de objectos ainda disformes.
“Se fosse menino ia para a rua jogar futebol com os outros”, pensou.
Filipa Rodrigues
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