Alguém entra e intromete-se. No botão das calças, brilhante, desapertado, inquieto, depositam todas as esperanças. Ao fundo, a luz ténue deixa passar apenas o fumo e o calor. Mas lá dentro, sempre lá dentro escondidos do mundo que não os absolve de nada são três horas e quatro copos de gin… numa cadeira verde descansa uma serpente saciada, quase dormitando.
P. desconhece o caminho de regresso, J. acalma-se entre ondas de arrepios que não sabe de onde lhe surgem. Dissolvem-se no ar todas as bolas feitas de fumo que expelem numa espécie de competição.
Talvez já tenham dito tudo o que sabem dizer um ao outro. Olham-se como se de tudo não mais ficasse que um rasto breve.
P. desconhece o caminho de regresso, J. acalma-se entre ondas de arrepios que não sabe de onde lhe surgem. Dissolvem-se no ar todas as bolas feitas de fumo que expelem numa espécie de competição.
Talvez já tenham dito tudo o que sabem dizer um ao outro. Olham-se como se de tudo não mais ficasse que um rasto breve.
Filipa Rodrigues
3 comentários:
" No botão das calças [...] depositam todas as esperanças ", "numa cadeira verde descansa uma serpente saciada " .... Meuzz amigozzz(azzz) num habia nexexidade (zzzzz)
mas promete, para próxima ainda temos bolinha vermelha ao canto!!!!
Filipa este encontro é um cenário que imagino um teatro, entre duas pessoas. és uma boa guionista.
gosto de te ler e admiro.
Eles bem tentavam ler o futuro no gelo a dissolver-se no gin e desfaziam as esperanças nos cigarros fumados.
Dos copos quentes, falhos de gelo, só resta um, partido!
Na partida, fica só esse rasto diluído, pelo patamar, como memórias dos passos a ecoar, a ver quanto tempo resistem!
Bem-vindas!
Enviar um comentário