segunda-feira, 21 de maio de 2007

As horas

No momento mais próximo da nossa verdade
julgas-me por entre lençóis e algodão

aqui que sou eu e me condenas
ao cárcere da suavidade e da melodia

sou uma pedra encantada
sou um pedaço de papel branco
um espaço vazio
um peso morto.

A voz consome-me,
desfaz-me
solta-me
e viajo… por aqui e por ali…
como se pisasse muitas terras ao mesmo tempo.

E, no dia seguinte
como que a acordar de manhã
a espera que se mantém
o sol que me anuncia mais horas… e um campo repleto de velas acesas.

Filipa Rodrigues

Sem comentários: