quinta-feira, 3 de maio de 2007

Inferno!



"Eu devia ter o meu inferno para a ira, o meu inferno para o orgulho, - e o inferno da carícia; um concerto de infernos.
Morro de tédio. É o túmulo, vou para os vermes, horror dos horrores! Satanás, farsante, queres dispersar-me com as tuas feitiçarias. Reclamo. Reclamo! um golpe de forquilha, uma gota de fogo.
Ah!, Subir de regresso à vida!
Volver os olhos para as nossas deformidades. E este veneno, este beijo mil vezes maldito! Minha fraqueza, a crueza do mundo! Piedade, meu Deus, escondei-me, sinto-me tão mal! - Escondo-me e não estou escondido.
É o fogo que se ergue com o seu maldito."
In Uma temporada no inferno, Arthur Rimbaud

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